sexta-feira, dezembro 29, 2006

Quem dera a eternidade
para te ter aqui para sempre,
ter p´ra ti erros e feitos,
seres p´ra mim o belo acordar.

Quem dera fosse invisível
e sentar-me em teu ombro carente;
ter-te-ia tão perto e tão longe,
dormiria no infinito do paraíso.

Quem dera fosse o teu leito,
a cama que te leva em viagens,
ser p´ra ti o porto seguro,
ter-te aqui em segredo e pecado.

quinta-feira, dezembro 28, 2006

São corpos esquecidos
que dormem aqui
São verdades perdidas
que um velho uivou
São dramas eternos
que o homem criou

Adeus meu amor,
preciso voar.

São dias cinzentos
que vejo a passar
São dias de nuvens
que dormem em mim
São homens que amam
e choram no fim

Adeus meu amor,
preciso voar.

São filmes mudos
e sentimentos soturnos
São mares de amargura
que balançam na alma
São florestas de dor
que trago no peito

Adeus meu amor,
preciso voar.

E fico a olhar
o mundo que acaba
Fico a ver
a estória que finda
O mundo já era
a paz é o fruto

A ti meu amor
jamais esquecerei

terça-feira, dezembro 26, 2006

Rios de Morte passando a correr
O negro e o frio ao longe fugindo
Fadas perdidas que tentam morrer
Lobos sozinhos sofrendo baixinho.

Que mundo cinzento do meu coração,
que mundo amargo de sonho desfeito
Ó Deusas supremas, evoco a libertação
Das sombras do lobo, do ser imperfeito.

Deusas bandidas libertem-me a alma
O frio intenso não me deixa dormir
O meu inconsciente anseia por calma...
Ai medo eterno, não quero partir.

sexta-feira, dezembro 22, 2006

Abro o meu peito
à suprema amargura do gelo
para que me desperte
e me conduza
à demanda da loucura.
Os meu membros
não respondem ao meu comando
e a minha mente visualiza
a imagem pálida
duma floresta encantada.
Não sei porque me sinto
tão tentado a amar este frio.
Sigo o chamamento
que parece uma ordenação divina
e para a qual não possuo
argumentos para contrariar.
as nuvens de chuva
encantam o ceu
e um lago de sangue
corre à direita do meu corpo.
Duvido, mas uma força imensa
faz-me desejar este cenario letárgico.
E estranhas vozes,
cuja origem desconheço,
ecoam no ar agreste,
cantando melodias de miséria,
como se celebrassem
a minha jornada pelo pecado.
Arranjo um disfarce de anjo
para que as ninfas
não me barrem a passagem.
Engano-as e continuo
o meu caminho da perdição.
já não receio o ambiente lugubre
desta passagem maldita
porque sou parte integrante
deste quadro bucólico.
Mas não vejo as cores
e o meu coração fraqueja.