A um canto do espelho vive a imagem que há em mim. Atormentada pela certeza da sua inconstância, pede aos céus que a protejam desta imensidão de sofrimento...
...depois é agora!... (e não perdeu pela demora desculpe se me alongar...)
Querido Reflexo Reflectido...
Não te espantes de me ouvir. sou só a margem de onde sopra o vento do teu pensamento, de onde parte a visão que agora te chega...
Como não existo senão por ti é para ti que existo e hoje a minha voz procura-te aí nesse canto do espelho!... Não te espantes de me ouvir nem de eu te ver...
Que fazes?...Procuras-me?... Já te devolvi todas as imagens que me ofereceste... já vi o menino, o homem e o monstro...já os vi envolverem-se em abraços e violencias mútuas, múltiplas...já os vi sós. Cada um consigo próprio também não desarma... Estás em chama, em pé de guerra... Porque lutas? Contra quem lutas?...
Porque sofres? Não te espantes de me ouvir nem de eu te ver...
Tens frio, eu sei... A noite é escura, a lua está quase escondida O vento é gélido E estás... nu...
carregando os pecados do mundo às costas, por escolha! como expiação! da tua eternidade nesta vida.
Sei...tens frio... encolhido nesse canto atormentado pela escolha da tua inconstância...
Que fazes... Abre os olhos. Volta-te e hoje deixa-te guiar pela minha voz.
Encosta-te a mim e imagina. Tens os olhos abertos mas sou eu que te digo o que vês... Hoje o reflexo é uma reverbaração do luar...
Que trazes aí?...é bem pesado... Nu e tão carregado? Deixa-me ver-te... ...onde te feres dessa maneira? porque não limpas as feridas? e o pó agarrado às lágrimas secas do teu rosto?
Não me olhes... bem sabes que eu não existo! Só o ouvir, e o devir!...
Ouve-me, deixa-me ver-te... Vá lá, que o vidro que nos separa deixa passar a minha voz e ela sopra sobre os teus ombros cansados, afagando-os dos meus unguentos ancestrais...
sabes, os homens que nunca choram não estão vivos...e existem ainda menos do que eu...
podes chorar, que o caso não é para menos... mas hoje, se quiseres, choro eu por ti que já chorei todas as lágrimas, as vertidas e as que estão por soltar-se, e me rio disso.
Queres trocar um pecado teu contra um sorriso meu?
É que tens tantos... e eu...Sorrio-te de qualquer maneira porque tens graça... atormentado inconstante desprotegido na imensidão do sofrimento...
Não te espantes de me ouvir nem de eu te ver
hoje na noite fria, deste dia extravagante, onde vagueias carregando o teu fado, o teu fardo... podes descansar.
e chorar lágrimas quentes aclareadoras, ...que se vejam os teus olhos... seriam belos?
Serão os do menino? os do homem? os do outro?
Vá lá, um pecado teu contra um sorriso meu...
Encosta-te a mim e imagina. Vês a lua?...O céu tem menos nuvens e os teus olhos também... Vem daí... deixa-te vir... queres ouvir como eu te vejo? queres sentir nos teus olhos a minha voz?
Tens de sorrir e adormecer... Hoje os pecados do mundo dormem comigo.
E tu sozinho. Nu, no leito aquecido do teu corpo de homem em dor, e em flor, e das suas saudades do futuro...
Chegamos. Podes olhar,e ver-te decansar, o saco está ali... aos pés da cama... É teu, claro, de quem mais poderia ser? Tu lá sabes, sim...
Mas agora dorme.E sonha.
Como esta noite trocaste cada um dos teus pecados por mais que muitos dos meus mais belos sorrisos dormes, só, no teu corpo de homem livre, mas velado e envolto neles... também sonhas.
Sonha... e lembra-te de ir lambendo as feridas ou sei lá, lavá-las, tratá-las...
talvez...sará-las?!...
Hás-de voltar a espreitar-me... És dos que nunca desistem E eu voltarei a existir... sempre que o quiseres e só quando o quiseres...
Só te vejo quando me queres ouvir... Agora estás a dormir...
"Common to all these types is the anthropomorphic character of their conception of God. In general, only individuals of exceptional endowments, and exceptionally high-minded communities, rise to any considerable extent above this level. But there is a third stage of religious experience which belongs to all of them, even though it is rarely found in a pure form: I shall call it cosmic religious feeling. It is very difficult to elucidate this feeling to anyone who is entirely without it, especially as there is no anthropomorphic conception of God corresponding to it. The individual feels the futility of human desires and aims and the sublimity of marvelous order which reveal themselves both in nature and in the world on thought. Individual existence impress him as a sort of prison and he wants to experience the universe as a single significant whole. The religious geniuses of all ages have been distinguished by this kind of religious feeling, which knows no dogma and no God conceived in man’s image; so that there can be no church. It is the most important function of art and science to awaken this feeling and keep it alive in those who are receptive to it.The cosmic religious feeling is the strongest and noblest reason for scientific research."
2 comentários:
Tenho o poema do espelho aqui debaixo da língua mas...estou sem tempo...depois...
...depois é agora!...
(e não perdeu pela demora
desculpe se me alongar...)
Querido Reflexo Reflectido...
Não te espantes de me ouvir.
sou só a margem de onde sopra
o vento do teu pensamento,
de onde parte a visão que agora te chega...
Como não existo
senão por ti
é para ti que existo
e hoje
a minha voz procura-te aí nesse canto do espelho!...
Não te espantes de me ouvir
nem de eu te ver...
Que fazes?...Procuras-me?...
Já te devolvi todas as imagens que me ofereceste...
já vi o menino, o homem e o monstro...já os vi envolverem-se em abraços e violencias mútuas, múltiplas...já os vi sós. Cada um consigo próprio também não desarma...
Estás em chama,
em pé de guerra...
Porque lutas? Contra quem lutas?...
Porque sofres?
Não te espantes de me ouvir
nem de eu te ver...
Tens frio, eu sei...
A noite é escura,
a lua está quase escondida
O vento é gélido
E estás... nu...
carregando os pecados do mundo
às costas,
por escolha!
como expiação!
da tua
eternidade
nesta vida.
Sei...tens frio...
encolhido nesse canto
atormentado
pela escolha
da tua inconstância...
Que fazes...
Abre os olhos.
Volta-te
e hoje
deixa-te guiar
pela minha voz.
Encosta-te a mim e imagina.
Tens os olhos abertos
mas sou eu que te digo o que vês...
Hoje o reflexo
é uma reverbaração do luar...
Que trazes aí?...é bem pesado...
Nu e tão carregado?
Deixa-me ver-te...
...onde te feres dessa maneira?
porque não limpas
as feridas?
e o pó agarrado
às lágrimas secas do teu rosto?
Não me olhes...
bem sabes que eu não existo!
Só o ouvir,
e o devir!...
Ouve-me, deixa-me ver-te...
Vá lá, que o vidro que nos separa deixa passar a minha voz
e ela sopra sobre os teus ombros cansados, afagando-os dos meus unguentos ancestrais...
sabes, os homens que nunca choram não estão vivos...e existem ainda menos do que eu...
podes chorar,
que o caso não é para menos...
mas hoje,
se quiseres,
choro eu por ti
que já chorei todas as lágrimas, as vertidas
e as que estão por soltar-se,
e me rio disso.
Queres trocar um pecado teu
contra um sorriso meu?
É que tens tantos...
e eu...Sorrio-te
de qualquer maneira
porque tens graça...
atormentado
inconstante
desprotegido
na imensidão
do sofrimento...
Não te espantes de me ouvir
nem de eu te ver
hoje
na noite fria,
deste dia extravagante,
onde vagueias carregando
o teu fado, o teu fardo...
podes descansar.
e chorar lágrimas quentes
aclareadoras,
...que se vejam os teus olhos...
seriam belos?
Serão os do menino?
os do homem?
os do outro?
Vá lá, um pecado teu
contra um sorriso meu...
Encosta-te a mim e imagina.
Vês a lua?...O céu tem menos nuvens e os teus olhos também...
Vem daí...
deixa-te vir...
queres ouvir como eu te vejo?
queres sentir
nos teus olhos a minha voz?
Tens de sorrir
e adormecer...
Hoje os pecados do mundo
dormem comigo.
E tu sozinho.
Nu,
no leito aquecido
do teu corpo de homem
em dor, e em flor,
e das suas saudades do futuro...
Chegamos.
Podes olhar,e ver-te decansar,
o saco está ali...
aos pés da cama...
É teu, claro,
de quem mais poderia ser?
Tu lá sabes, sim...
Mas agora dorme.E sonha.
Como esta noite trocaste
cada um dos teus pecados
por mais que muitos
dos meus mais belos sorrisos
dormes,
só,
no teu corpo de homem livre, mas velado e envolto neles...
também sonhas.
Sonha...
e lembra-te
de ir lambendo as feridas
ou sei lá, lavá-las, tratá-las...
talvez...sará-las?!...
Hás-de voltar a espreitar-me...
És dos que nunca desistem
E eu voltarei a existir...
sempre que o quiseres
e só quando o quiseres...
Só te vejo
quando me queres ouvir...
Agora estás a dormir...
Fim
(desculpe...empolguei-me!...
prometo que...../...../.../.....)
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