quinta-feira, outubro 04, 2007

Atroz vacuidade do espirito

Atroz vacuidade do espírito

Demência que chama por mim

Embalo que tive e que quero

Certeza que choro no fim

Infinito pintado das trevas

Ondas dum sonho irreal

Presença, eterno delito

Amarga saudade ao luar.

1 comentário:

sombra e luz disse...

O choro do fim não poderá ser de alegria?...confuso mas divertido, rir e chorar ao mesmo tempo, não?...

Poderá não ser a demencia, pode ser só a sua consciencia... o seu sentido da decencia, a sua essencia... sei lá, uma amiga qualquer... pode ser uma coincidencia...mas se for a outra, paciencia e muita ciencia...

Duvido que seja vacuidade de espírito, não será só espaço livre?... aquele que atrai, justamente, o espírito pela sua amplitude e potencial dimensão?

O infinito pintado das trevas não será o novo dia a rair, o céu em cor, depois da noite escura?...

As ondas de sonho irreais não será só as da luz do primeiro raio de sol a brincar nos seus cabelos e nos seus lábios?...

Ouvi dizer que as sereias não podem ir a terra, mas que velam (e sorriem (isso, ninguém sabe porquê...pelo menos, ninguém me disse) ) discretas, atrás do negros rochedos o acordar matinal da praia...na Costa dos Naufragados...

Amigo, já viu as marés vivas de agosto?...
já rebolou naquela completa extravagancia de três dias no pico do verão...
A lua fica louca, atrai as águas mais rápido e com mais intensidade... Provoca ondas suplementares, e atinge locais nunca dantes visitados...criam a novidade e a transformação.
Novos rios , novas piscinas naturais, novas paisagens...(parece que a influencia dos astros tem a ver com a sua atracção mútua...(é o que ouvi dizer...));)
Por vezes, em pleno verão a parte liquida da terra desloca-se mais rápido na direcção da lua...cria ondas, rios e lagos...Três dias na Terra do Nunca...

Rebolar na onda que vem, fresca...a meio da tarde quente... branca e borbulhante de espuma, vibrante...roçar na areia suave e deslizar no rio novo até à lagoa dos Piratas e das Ilhas encantadas...onde todos ja brincam e encontraram a sua boa onda...

E depois de lá chegar, correr de volta para a beira mar, para as vigorosas ondas, e repetir girando em puro contentamento de todos os sentidos (até os ocultos e silenciosos...)
É fabuloso.

Para a criança que eu era ( e serei para sempre?!...) a coisa estava muito próximo do paraíso na terra...(costa norte do Douro...muitos anos atrás...)

Muito iodo nas narinas, muito sal e sol na pele...água, movimento, luar em pleno dia...

Naquelas tonterias colectivas (e muito individuais (também...)) o azul do céu era o tecto desse mundo que parecia todo ele inventado... Acredite(m), são recordações de infância, sinceras, havia sol e lua, enorme toda redonda, iluminada, havia luar ao meio dia em pleno agosto...

Amargura?... Talvez... só armadura, clausura, talvez a cura venha da ternura...
...Saudades, amigo(s)... só do futuro, aquele que tendo sido ainda está por vir...lá longe no presente...

Durma bem, e sonhe.
a sonhar é que a gente se entende...
(sejamos lá quantos formos...)

...By Babe