sexta-feira, dezembro 22, 2006

Abro o meu peito
à suprema amargura do gelo
para que me desperte
e me conduza
à demanda da loucura.
Os meu membros
não respondem ao meu comando
e a minha mente visualiza
a imagem pálida
duma floresta encantada.
Não sei porque me sinto
tão tentado a amar este frio.
Sigo o chamamento
que parece uma ordenação divina
e para a qual não possuo
argumentos para contrariar.
as nuvens de chuva
encantam o ceu
e um lago de sangue
corre à direita do meu corpo.
Duvido, mas uma força imensa
faz-me desejar este cenario letárgico.
E estranhas vozes,
cuja origem desconheço,
ecoam no ar agreste,
cantando melodias de miséria,
como se celebrassem
a minha jornada pelo pecado.
Arranjo um disfarce de anjo
para que as ninfas
não me barrem a passagem.
Engano-as e continuo
o meu caminho da perdição.
já não receio o ambiente lugubre
desta passagem maldita
porque sou parte integrante
deste quadro bucólico.
Mas não vejo as cores
e o meu coração fraqueja.

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